Sem tempo para escrever, nem pra visitar os amigos, este espaço ficou cheio de poeira e teias de aranha.
Enquanto abro as janelas e faço a faxina escuto Taiguara.
E na semana que comemoramos ( se é que existe algo a comemorar) o DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA, destaco que hoje a minha pele já não tem cor.
Teu sonho não acabou
Taiguara
Hoje a minha pele já não tem cor
Vivo a minha vida seja onde for
Hoje entrei na dança e não vou sair
Vem que eu sou criança não sei fingir
Eu preciso, eu preciso de você
Ah! Eu preciso, eu preciso, eu preciso muito de você
Lá onde eu estive o sonho acabou
Cá onde eu te reencontro só começou
Lá colhi uma estrela pra te trazer
Bebe o brilho dela até entender
Que eu preciso...
Só feche o seu livro quem já aprendeu
Só peça outro amor quem já deu o seu
Quem não soube a sombra, não sabe a luz
Vem não perde o amor de quem te conduz
Eu preciso...
Nós precisamos, precisamos sim
Você de mim, eu de você.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
MULHER
Eu sou aquela mulher
a quem o tempo muito ensinou.
Ensinou a amar a vida
e não desistir da luta,
recomeçar na derrota,
renunciar a palavras
e pensamentos negativos.
Acreditar nos valores humanos
e ser otimista.
Creio na força imanente
que vai gerando a família humana,
numa corrente luminosa
de fraternidade universal.
Creio na solidariedade humana,
na superação dos erros
e angústias do presente.
Aprendi que mais vale lutar
do que recolher tudo fácil.
Antes acreditar do que duvidar."
Cora Coralina
a quem o tempo muito ensinou.
Ensinou a amar a vida
e não desistir da luta,
recomeçar na derrota,
renunciar a palavras
e pensamentos negativos.
Acreditar nos valores humanos
e ser otimista.
Creio na força imanente
que vai gerando a família humana,
numa corrente luminosa
de fraternidade universal.
Creio na solidariedade humana,
na superação dos erros
e angústias do presente.
Aprendi que mais vale lutar
do que recolher tudo fácil.
Antes acreditar do que duvidar."
Cora Coralina
quarta-feira, 19 de maio de 2010
COISAS DA BEBELA
Quando a Isabela estava com 2 anos e dez meses escrevi algumas coisinhas que ela dizia.
Só se passaram 7 meses e já estou morrendo de saudade:
I
_Mamãe, você tá brava?
_ Não.
_ Tá sim, você tá assim (franzindo a testa).
E você tá olhando pro chão.
II
_Mamãe, você me empresta seu óculos?
Na curiosidade, empresto só pra observar.
Ela pega uma parte do jornal que estou lendo, senta-se no chão com o jornal entre as pernas e começa a “ler”.
Dá uma paradinha, tira o óculos, limpa a lente na barra da camiseta que está usando e retorna à leitura.
III
Moramos relativamente perto do aeroporto e da janela do quarto é possível observar os aviões na rota de pouso.
O pai costuma faz uma brincadeira com ela: quando passa um avião pequeno é dela e quando é grande, dele.
Um dia ela me inclui na brincadeira.
Ao avistar um avião diz que é meu, logo depois deve ter se arrependido e diz que é dela. Quuando retruco dizendo que ela havia me dado, argumenta que tinha só me emprestado.
IV
Ontem Bebela viu um helicóptero e gritou toda entusiasmada:
_ Olha mamãe, um copicópto.
_ Depois de rir da sua pronúncia tento repetir a palavra corretamente para ela.
Bebela me dá uma risadinha, como se perguntasse:
_ E você acha que eu vou conseguir falar isso?
V
Dos erres da Bebela:
Rorelha ( orelha)
Reral ( real)
Rerlaro ( Arrelaro)
Ramário ( armário)
VI
De repente Bebela me olha e dispara:
_Você não é mamãe, você é Silvia!
VII
Ao ver uma lata de cerveja Caracu Bebela dispara:
_ Mamãe o boi tá bravo!!
_ Por que Belinha?
Ele tá assim (imitando uma testa franzida).
Só se passaram 7 meses e já estou morrendo de saudade:
I
_Mamãe, você tá brava?
_ Não.
_ Tá sim, você tá assim (franzindo a testa).
E você tá olhando pro chão.
II
_Mamãe, você me empresta seu óculos?
Na curiosidade, empresto só pra observar.
Ela pega uma parte do jornal que estou lendo, senta-se no chão com o jornal entre as pernas e começa a “ler”.
Dá uma paradinha, tira o óculos, limpa a lente na barra da camiseta que está usando e retorna à leitura.
III
Moramos relativamente perto do aeroporto e da janela do quarto é possível observar os aviões na rota de pouso.
O pai costuma faz uma brincadeira com ela: quando passa um avião pequeno é dela e quando é grande, dele.
Um dia ela me inclui na brincadeira.
Ao avistar um avião diz que é meu, logo depois deve ter se arrependido e diz que é dela. Quuando retruco dizendo que ela havia me dado, argumenta que tinha só me emprestado.
IV
Ontem Bebela viu um helicóptero e gritou toda entusiasmada:
_ Olha mamãe, um copicópto.
_ Depois de rir da sua pronúncia tento repetir a palavra corretamente para ela.
Bebela me dá uma risadinha, como se perguntasse:
_ E você acha que eu vou conseguir falar isso?
V
Dos erres da Bebela:
Rorelha ( orelha)
Reral ( real)
Rerlaro ( Arrelaro)
Ramário ( armário)
VI
De repente Bebela me olha e dispara:
_Você não é mamãe, você é Silvia!
VII
Ao ver uma lata de cerveja Caracu Bebela dispara:
_ Mamãe o boi tá bravo!!
_ Por que Belinha?
Ele tá assim (imitando uma testa franzida).
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Mas eu
Mas Eu
Mas eu, em cuja alma se refletem
As forças todas do universo,
Em cuja reflexão emotiva e sacudida
Minuto a minuto, emoção a emoção,
Coisas antagônicas e absurdas se sucedem —
Eu o foco inútil de todas as realidades,
Eu o fantasma nascido de todas as sensações,
Eu o abstrato, eu o projetado no écran,
Eu a mulher legítima e triste do Conjunto
Eu sofro ser eu através disto tudo como ter sede sem ser de água.
Álvaro de Campos
Mas eu, em cuja alma se refletem
As forças todas do universo,
Em cuja reflexão emotiva e sacudida
Minuto a minuto, emoção a emoção,
Coisas antagônicas e absurdas se sucedem —
Eu o foco inútil de todas as realidades,
Eu o fantasma nascido de todas as sensações,
Eu o abstrato, eu o projetado no écran,
Eu a mulher legítima e triste do Conjunto
Eu sofro ser eu através disto tudo como ter sede sem ser de água.
Álvaro de Campos
quinta-feira, 29 de abril de 2010
A arte de ser feliz
Houve um tempo em que minha janela se abria
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
Autor: Cecília Meireles
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
Autor: Cecília Meireles
segunda-feira, 8 de março de 2010
Mulher e guerreira
Todo dia tudo sempre tão igual.
Acordar às 5:30 da manhã.
Tomar banho e me arrumar.
Chamar a Carol.
Preparar o café da manhã.
Comprar o pão quentinho na padaria da esquina.
Chamar a Juliana.
Preparar a bolsa da Isabela.
Preparar o chá para o Lucas.
Apressar as meninas de 5 em 5 minutos.
Tomar o café apressadamente.
Uma beijoca no marido, que reclama do barulho que fazemos antes de sair.
Sair quase que atrasada.
Deixar a Isabela na Dona Maria.
Deixar a Jú na escola.
A Carol estuda na mesma escola que trabalho.
Dar 6 aulas, começando às 7 e saindo às 12.
Esperar meia hora pelo horário da pegar a Jú.
Comer a comidinha praparada pelo marido.
Voltar pro trabalho às 2 da tarde, carregando a Jú que vai pra capoeira e natação.
Voltar pra casa pegando a Isabela ás 5 horas.
Preparar lanche pra criançada.
Lavar a louça, roupa.
Quase não ver o Lucas, filhote mais velho, porque quando eu saio ele está dormindo e quando ele chega eu estou dormindo.
Ler um livro que quase não consigo terminar pela falta de tempo.
Assistir televisão com maridão.
Tomar um banho e dormir.
Descansar porque amanhã tem que fazer tudo de novo.
No meio desta rotina, ser mãe, esposa, profissional, enfermeira pra curar o dodói da Isabela, ser psicóloga pra entender esta fase complicada da adolesceência do Lucas e da Carol. Mediar as brigas da Juliana e Isabela.
Enfim ser mulher, ser guerreira, compalheira.
Desempenhar múltiplos papéis.
Como tantas Silvias, Romas, Janes, Zetes, Solanges, Sandras, Cleides, Denises, Veras e tantas outras que não haveria espaço para nomear.
Todas mães, irmãs, tias, cunhadas, amigas.
Todas mulheres.
Parabéns pra nós porque merecemos!
Acordar às 5:30 da manhã.
Tomar banho e me arrumar.
Chamar a Carol.
Preparar o café da manhã.
Comprar o pão quentinho na padaria da esquina.
Chamar a Juliana.
Preparar a bolsa da Isabela.
Preparar o chá para o Lucas.
Apressar as meninas de 5 em 5 minutos.
Tomar o café apressadamente.
Uma beijoca no marido, que reclama do barulho que fazemos antes de sair.
Sair quase que atrasada.
Deixar a Isabela na Dona Maria.
Deixar a Jú na escola.
A Carol estuda na mesma escola que trabalho.
Dar 6 aulas, começando às 7 e saindo às 12.
Esperar meia hora pelo horário da pegar a Jú.
Comer a comidinha praparada pelo marido.
Voltar pro trabalho às 2 da tarde, carregando a Jú que vai pra capoeira e natação.
Voltar pra casa pegando a Isabela ás 5 horas.
Preparar lanche pra criançada.
Lavar a louça, roupa.
Quase não ver o Lucas, filhote mais velho, porque quando eu saio ele está dormindo e quando ele chega eu estou dormindo.
Ler um livro que quase não consigo terminar pela falta de tempo.
Assistir televisão com maridão.
Tomar um banho e dormir.
Descansar porque amanhã tem que fazer tudo de novo.
No meio desta rotina, ser mãe, esposa, profissional, enfermeira pra curar o dodói da Isabela, ser psicóloga pra entender esta fase complicada da adolesceência do Lucas e da Carol. Mediar as brigas da Juliana e Isabela.
Enfim ser mulher, ser guerreira, compalheira.
Desempenhar múltiplos papéis.
Como tantas Silvias, Romas, Janes, Zetes, Solanges, Sandras, Cleides, Denises, Veras e tantas outras que não haveria espaço para nomear.
Todas mães, irmãs, tias, cunhadas, amigas.
Todas mulheres.
Parabéns pra nós porque merecemos!
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Dia de Sempre
Para o ano letivo que se inicia uma poesia de Mario Quintana.
Esperança renovada a cada dia.
Canção do Dia de Sempre
(Mário Quintana)
Tão bom viver dia a dia…
A vida assim, jamais cansa…
Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu…
E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência… esperança…
E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.
Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.
Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!
E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas…
Esperança renovada a cada dia.
Canção do Dia de Sempre
(Mário Quintana)
Tão bom viver dia a dia…
A vida assim, jamais cansa…
Viver tão só de momentos
Como estas nuvens no céu…
E só ganhar, toda a vida,
Inexperiência… esperança…
E a rosa louca dos ventos
Presa à copa do chapéu.
Nunca dês um nome a um rio:
Sempre é outro rio a passar.
Nada jamais continua,
Tudo vai recomeçar!
E sem nenhuma lembrança
Das outras vezes perdidas,
Atiro a rosa do sonho
Nas tuas mãos distraídas…
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010
Tirando ó pó
Sabe como é:
Férias... Isabela exigindo atenção constante,Jú naquela fase de não querer mais brincar com a irmã, Carol namorando e sem querer ajudar em nada.
Enquanto descanso carrego pedra...
E este canto ficou entregue às moscas, juntou teia, poeira.
Mas enfim voltei, vou fazer uma limpeza rápida e nos encontramos para uma prosa,um café, uma música ou poesia porque ninguém é de ferro.
Férias... Isabela exigindo atenção constante,Jú naquela fase de não querer mais brincar com a irmã, Carol namorando e sem querer ajudar em nada.
Enquanto descanso carrego pedra...
E este canto ficou entregue às moscas, juntou teia, poeira.
Mas enfim voltei, vou fazer uma limpeza rápida e nos encontramos para uma prosa,um café, uma música ou poesia porque ninguém é de ferro.
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