Eu sou as minhas cidades.
Minha mineirice é de nascimento. Vi a luz e dei os primeiros passos em Passos, Minas Gerais. Cresci um pouquinho em Minas e o resto em São Paulo.
Meus primeiros inesquecíveis são paulistanos: o dente que caiu, Ana primeira professora da primeira escola... Monteiro Lobato no primeiro de muitos livros...
1º sutian, 1º emprego, 1º namorado, 1º amor, 1º arrepio, 1ª desilusão...
1º filho concebido e gestado em Brasília, nascido em São Paulo
Em Brasília ganhei maturidade, constitui família, profissão.
Meus pedaços se encaixam juntando o que vivi nestas três cidades. Só assim me completo e sou inteira.
Fui forjada, moldada e mudada por minhas cidades.
Em Passos sou a menina, São Paulo adolescente, em Brasília sou a Mulher.
Em Passos minha casa é da minha avó, em São Paulo minha casa é da minha mãe em Brasília minha casa é minha.
Minas é o gosto, São Paulo o cheiro, Brasília a cor.
domingo, 23 de janeiro de 2011
sábado, 1 de janeiro de 2011
ELE É O CARA...
O que dizer do ano que agonizou há poucas horas ou do novo ano que se inicia?
Lembrar das conquistas?
Lamentar o que não conseguimos realizar?
Tentar novamente realizar tudo que não conseguimos?
Ter a esperança renovada?
Prometer novas atitudes?
Cada final ou início de ano é sempre propício a divagações deste tipo.
Hoje, no primeiro dia de 2011, além de ter renovada a minha esperança para que ano que se inicia seja sempre melhor que o anterior, renovo também minha esperança no governo do meu país.
Lula, entre outras coisas, possibilitou que o país seja governado a partir de hoje, pela primeira vez, por uma mulher.
Desejo que todas as coisas que deram certo no governo Lula sejam estímulos para que Dilma realize um governo tão bom quanto o anterior.
E que todos acontecimentos envolvendo corrupção de pessoas ligadas ao governo,sejam repudiados e punidos com rigor.
Em homenagem ao homem carismático que a partir de hoje é ex Presidente do Brasil e que escreveu um capítulo importante da nossa história um vídeo que descobri aqui.:
Lembrar das conquistas?
Lamentar o que não conseguimos realizar?
Tentar novamente realizar tudo que não conseguimos?
Ter a esperança renovada?
Prometer novas atitudes?
Cada final ou início de ano é sempre propício a divagações deste tipo.
Hoje, no primeiro dia de 2011, além de ter renovada a minha esperança para que ano que se inicia seja sempre melhor que o anterior, renovo também minha esperança no governo do meu país.
Lula, entre outras coisas, possibilitou que o país seja governado a partir de hoje, pela primeira vez, por uma mulher.
Desejo que todas as coisas que deram certo no governo Lula sejam estímulos para que Dilma realize um governo tão bom quanto o anterior.
E que todos acontecimentos envolvendo corrupção de pessoas ligadas ao governo,sejam repudiados e punidos com rigor.
Em homenagem ao homem carismático que a partir de hoje é ex Presidente do Brasil e que escreveu um capítulo importante da nossa história um vídeo que descobri aqui.:
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Tirando a poeira
Sem tempo para escrever, nem pra visitar os amigos, este espaço ficou cheio de poeira e teias de aranha.
Enquanto abro as janelas e faço a faxina escuto Taiguara.
E na semana que comemoramos ( se é que existe algo a comemorar) o DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA, destaco que hoje a minha pele já não tem cor.
Teu sonho não acabou
Taiguara
Hoje a minha pele já não tem cor
Vivo a minha vida seja onde for
Hoje entrei na dança e não vou sair
Vem que eu sou criança não sei fingir
Eu preciso, eu preciso de você
Ah! Eu preciso, eu preciso, eu preciso muito de você
Lá onde eu estive o sonho acabou
Cá onde eu te reencontro só começou
Lá colhi uma estrela pra te trazer
Bebe o brilho dela até entender
Que eu preciso...
Só feche o seu livro quem já aprendeu
Só peça outro amor quem já deu o seu
Quem não soube a sombra, não sabe a luz
Vem não perde o amor de quem te conduz
Eu preciso...
Nós precisamos, precisamos sim
Você de mim, eu de você.
Enquanto abro as janelas e faço a faxina escuto Taiguara.
E na semana que comemoramos ( se é que existe algo a comemorar) o DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA, destaco que hoje a minha pele já não tem cor.
Teu sonho não acabou
Taiguara
Hoje a minha pele já não tem cor
Vivo a minha vida seja onde for
Hoje entrei na dança e não vou sair
Vem que eu sou criança não sei fingir
Eu preciso, eu preciso de você
Ah! Eu preciso, eu preciso, eu preciso muito de você
Lá onde eu estive o sonho acabou
Cá onde eu te reencontro só começou
Lá colhi uma estrela pra te trazer
Bebe o brilho dela até entender
Que eu preciso...
Só feche o seu livro quem já aprendeu
Só peça outro amor quem já deu o seu
Quem não soube a sombra, não sabe a luz
Vem não perde o amor de quem te conduz
Eu preciso...
Nós precisamos, precisamos sim
Você de mim, eu de você.
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
MULHER
Eu sou aquela mulher
a quem o tempo muito ensinou.
Ensinou a amar a vida
e não desistir da luta,
recomeçar na derrota,
renunciar a palavras
e pensamentos negativos.
Acreditar nos valores humanos
e ser otimista.
Creio na força imanente
que vai gerando a família humana,
numa corrente luminosa
de fraternidade universal.
Creio na solidariedade humana,
na superação dos erros
e angústias do presente.
Aprendi que mais vale lutar
do que recolher tudo fácil.
Antes acreditar do que duvidar."
Cora Coralina
a quem o tempo muito ensinou.
Ensinou a amar a vida
e não desistir da luta,
recomeçar na derrota,
renunciar a palavras
e pensamentos negativos.
Acreditar nos valores humanos
e ser otimista.
Creio na força imanente
que vai gerando a família humana,
numa corrente luminosa
de fraternidade universal.
Creio na solidariedade humana,
na superação dos erros
e angústias do presente.
Aprendi que mais vale lutar
do que recolher tudo fácil.
Antes acreditar do que duvidar."
Cora Coralina
quarta-feira, 19 de maio de 2010
COISAS DA BEBELA
Quando a Isabela estava com 2 anos e dez meses escrevi algumas coisinhas que ela dizia.
Só se passaram 7 meses e já estou morrendo de saudade:
I
_Mamãe, você tá brava?
_ Não.
_ Tá sim, você tá assim (franzindo a testa).
E você tá olhando pro chão.
II
_Mamãe, você me empresta seu óculos?
Na curiosidade, empresto só pra observar.
Ela pega uma parte do jornal que estou lendo, senta-se no chão com o jornal entre as pernas e começa a “ler”.
Dá uma paradinha, tira o óculos, limpa a lente na barra da camiseta que está usando e retorna à leitura.
III
Moramos relativamente perto do aeroporto e da janela do quarto é possível observar os aviões na rota de pouso.
O pai costuma faz uma brincadeira com ela: quando passa um avião pequeno é dela e quando é grande, dele.
Um dia ela me inclui na brincadeira.
Ao avistar um avião diz que é meu, logo depois deve ter se arrependido e diz que é dela. Quuando retruco dizendo que ela havia me dado, argumenta que tinha só me emprestado.
IV
Ontem Bebela viu um helicóptero e gritou toda entusiasmada:
_ Olha mamãe, um copicópto.
_ Depois de rir da sua pronúncia tento repetir a palavra corretamente para ela.
Bebela me dá uma risadinha, como se perguntasse:
_ E você acha que eu vou conseguir falar isso?
V
Dos erres da Bebela:
Rorelha ( orelha)
Reral ( real)
Rerlaro ( Arrelaro)
Ramário ( armário)
VI
De repente Bebela me olha e dispara:
_Você não é mamãe, você é Silvia!
VII
Ao ver uma lata de cerveja Caracu Bebela dispara:
_ Mamãe o boi tá bravo!!
_ Por que Belinha?
Ele tá assim (imitando uma testa franzida).
Só se passaram 7 meses e já estou morrendo de saudade:
I
_Mamãe, você tá brava?
_ Não.
_ Tá sim, você tá assim (franzindo a testa).
E você tá olhando pro chão.
II
_Mamãe, você me empresta seu óculos?
Na curiosidade, empresto só pra observar.
Ela pega uma parte do jornal que estou lendo, senta-se no chão com o jornal entre as pernas e começa a “ler”.
Dá uma paradinha, tira o óculos, limpa a lente na barra da camiseta que está usando e retorna à leitura.
III
Moramos relativamente perto do aeroporto e da janela do quarto é possível observar os aviões na rota de pouso.
O pai costuma faz uma brincadeira com ela: quando passa um avião pequeno é dela e quando é grande, dele.
Um dia ela me inclui na brincadeira.
Ao avistar um avião diz que é meu, logo depois deve ter se arrependido e diz que é dela. Quuando retruco dizendo que ela havia me dado, argumenta que tinha só me emprestado.
IV
Ontem Bebela viu um helicóptero e gritou toda entusiasmada:
_ Olha mamãe, um copicópto.
_ Depois de rir da sua pronúncia tento repetir a palavra corretamente para ela.
Bebela me dá uma risadinha, como se perguntasse:
_ E você acha que eu vou conseguir falar isso?
V
Dos erres da Bebela:
Rorelha ( orelha)
Reral ( real)
Rerlaro ( Arrelaro)
Ramário ( armário)
VI
De repente Bebela me olha e dispara:
_Você não é mamãe, você é Silvia!
VII
Ao ver uma lata de cerveja Caracu Bebela dispara:
_ Mamãe o boi tá bravo!!
_ Por que Belinha?
Ele tá assim (imitando uma testa franzida).
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Mas eu
Mas Eu
Mas eu, em cuja alma se refletem
As forças todas do universo,
Em cuja reflexão emotiva e sacudida
Minuto a minuto, emoção a emoção,
Coisas antagônicas e absurdas se sucedem —
Eu o foco inútil de todas as realidades,
Eu o fantasma nascido de todas as sensações,
Eu o abstrato, eu o projetado no écran,
Eu a mulher legítima e triste do Conjunto
Eu sofro ser eu através disto tudo como ter sede sem ser de água.
Álvaro de Campos
Mas eu, em cuja alma se refletem
As forças todas do universo,
Em cuja reflexão emotiva e sacudida
Minuto a minuto, emoção a emoção,
Coisas antagônicas e absurdas se sucedem —
Eu o foco inútil de todas as realidades,
Eu o fantasma nascido de todas as sensações,
Eu o abstrato, eu o projetado no écran,
Eu a mulher legítima e triste do Conjunto
Eu sofro ser eu através disto tudo como ter sede sem ser de água.
Álvaro de Campos
quinta-feira, 29 de abril de 2010
A arte de ser feliz
Houve um tempo em que minha janela se abria
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
Autor: Cecília Meireles
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.
Autor: Cecília Meireles
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